sexta-feira, 7 de maio de 2010

Adeus, minhocão


A proposta, caso aprovada, deverá entrar na pauta de discussões com outras secretarias e com a população. A expectativa é que o projeto chegue à Câmara emi cerca de um ano e meio e custe cerca de R$ 3 bilhões

O monstro de cimento (Minhocão) está com os dias contados. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, divulgou nesta quinta-feira (no Instituto de Engenharia de São Paulo) que entre as suas prioridades de revitalização de áreas consideradas degradadas da cidade estaria a total demolição do Elevado Costa e Silva (o minhocão). A obra estaria dentro do plano de urbanização para as regiões Lapa-Brás, Mooca-Vila Carioca e Rio Verde-Jacu.

O elevado foi construído na década de 1970, possui 2,7 km de extensão, com uma largura de 15,5 m e 23 m e elevada a 5,5 m do solo, recebe nos horários de pico cerca de 1.400 veículos por hora. Desde a sua construção pelo ex-prefeito Paulo Maluf, a construção já causava inúmeras discussões: a degradação, o fim do comércio local e desvalorização dos imóveis da região. Além do aumento de moradores de rua, viciados em drogas, prostituição e assaltos.

Minhocão no chão!

A Ação Local do largo do Arouche - Amosampa, desde 2008 vem discutindo a possibilidade de mobilização de moradores da região para ver o minhocão no chão. Em reunião no dia 10 de março, (veja a matéria) moradores e dirigentes definiram que a única opção para a revitalização da região seria a total demolição do elevado.

Formada por moradores e representantes do centro, a Ação Local do Largo do Arouche-Amosampa, faz reuniões e debate questões ligadas à recuperação e padronização das calçadas, segurança pública, iluminação, limpeza e coleta seletiva, ocupação irregular do espaço público camelôs, comerciantes e presença de pessoas em situação de rua.

O fim do minhocão de Boston 
A cidade de Boston (EUA) também tinha um minhõcão parecido como nosso. Lá, o elevado que também ficava na região central, e derrubá-lo foi a única solução para devolver a paisagem natural da cidade. O projeto de Boston teve custo final de R$ 14 bilhões - parece caro, mas pode valer a pena.

Para o caso de São Paulo já foram feitos diversos estudo sobre o que e como será feito o processo de reurbanização da região. Uma pesquisa que pode ajudar nesse esclarecimento é o livro “Caminhos do Elevado: Memória e Projetos” publicado pela Imprensa Oficial em Dezembro de 2008 e organizado pelas arquitetas Rosa Artigas, Joana Mello e Ana Claudia Castro. No livro, são apresentado projetos de melhorias que vão desde a demolição a reurbanização.

A proposta ainda deverá ser aprimorada para entrar na pauta de discussões com outras secretarias e com a população. A expectativa é que o projeto chegue à Câmara num prazo de um ano e meio, e custará cerca de R$ 3 bilhões. Caso aprovado, a demolição não será realizado ainda na gestão de Kassab.


Amosampa